Quem acompanha este blog e é meu "amigo" também no facebook, talvez tenha percebido que eu não tenho postado na rede do Markinho com tanta frequência. Toda vez que penso em postar algo, é para reclamar, então, parei. Pra não ser ~a chata do site~ ou algo do tipo. E porque as pessoas não vão mudar da noite para o dia só porque eu tenho uma opinião diferente.
Talvez o grande problema é que eu costumo pensar. Eu sei, isso é estranho e talvez um pouco difícil de lidar, mas algumas pessoas ainda pensam, em plena era em que nossas opiniões são tão manipuladas e induzidas pela mídia e publicidade, até nos títulos mais inocentes de sites que costumamos achar tão bacanas.
Mas títulos que induzem sentimentos na gente são apenas a ponta do icebergue. São uma pontinha sim, porque presume-se que não sejamos inteligentes o suficiente para saber o que pensar e até mesmo - sim, reflitam sobre - o que sentir. Mas ok, é tendência em algum lugar de 1° mundo e por isso precisa, sem sombra de dúvidas e opiniões contrárias, ser usado e funcionar aqui também. Por que seria diferente?
Uma coisa que exerce completa influência sobre as pessoas são aquelas listas no estilo "como ter um relacionamento duradouro", "15 coisas que você precisa fazer esta noite na cama", "1245774 maneiras de dormir um dragão e acordar um elfo", que você encontra por aí em sites e blogs de nomes mais variados e improváveis e que fixam morada no Facebook, um após outro, descendo pelo seu feed sem que você saiba da onde saíram.
As pessoas esquecem que a nossa vida não é uma receita de bolo. O que funciona/funcionou para uma pessoa não funciona para toda aquela audiência que clicou e compartilhou determinado conteúdo.
As pessoas não entendem isso. As pessoas compartilham tudo e riem de tudo e comentam sobre qualquer baboseira tentando desesperadamente se encaixar naquilo, talvez em uma última tentativa de encontrar sua salvação. De não ser mais a encalhada da família, a traída pelo marido, a única pobre da empresa. E mesmo que a pessoa tenha vivido muito bem até então sem tomar conhecimento daquele artigo, parece que de repente ela PRECISA viver aquilo e espalhar ao máximo de pessoas que puder.
Mas estas listas e opiniões que alguém caga todos os dias em portais e sites de entretenimento não devem ser levadas a ferro e fogo, até porque, muitas vezes, foram traduzidas da gringa por pessoas ~bem entendidas~ do assunto (tipo algum vlogger/blogger do momento).
É sobre isso que eu me calo todos os dias no Facebook. Este é o principal motivo que me faz desassinar o feed da geral e excluir outro tanto de gente sem uma opinião que não tenha saído das página de um veículo caça-níquel qualquer. É o que me faz digitar um contra-argumento e desistir antes de apertar o enter. Porque não vale a pena.
Eu também já caí nessa. Também já repassei sem ler (passar os olhos por cima e achar que entendeu), já formei opinião sem me aprofundar no assunto e depois me arrependi demais e me enxerguei uma quadrada. Aos poucos, estou me tornando mais flexível, mais democrática. Ainda julgo pessoas, opiniões e gostos o dia inteiro no Twitter e estou fazendo isso agora, mas sempre vou defender e admirar aqueles que, antes de tudo se perguntam: "mas por quê?". É por isso que adoro acompanhar o Marco Gomes, a Lully, a Clara Averbuck e a Nina Vieira. Eu os considero grandes "questionadores", cada um à sua maneira.
Estou cada dia mais emprenhada nesta busca pessoal por libertação dessa sensação de ser constantemente manipulada por alguém que tem um pouquinho mais de audiência. Por alguém que escreve/diz exatamente o que um padrão x e y quer ler/ouvir.
E é esse padrão x e y que continua compartilhando tudo e rindo de tudo mecanicamente. Enquanto o mundo e a vida estão muito ocupados em seguir seu curso, pessoas estão perdendo tempo com conteúdo vazio. E cada dia mais isto tem me incomodado e eu não quero fazer parte do padrão x e y. Eu quero, cada dia mais fazer parte do que ouvi em algum lugar chamarem de "a resistência": pessoas que vão no contra-fluxo, que não se conformam.
Não sei bem para que lado estas pessoas estão indo, mas provavelmente eu prefira arriscar.
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E você o que acha? Tudo besteira, fogo de cú (meu, no caso), recalque? Alguém quer me indicar uma listinha de "cale a boca e se conforme mais em 2014, mulher"?
PS: Não, eu nunca irei superar os gifs.
*Update: O post estava programado mas saiu um vídeo novo da Lully. Acho que tem um pouco de relação com o que eu quis expressar. Clique aqui.
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