Muitas coisas ficaram por dizer, muitos planos no papel, e eu sentia que precisava colocar alguns pontos finais. Tá, eu sei que foi uma questão de timing errado - tem acontecido muito na minha vida - mas eu precisava tirar de mim aquelas dúvidas, pedir explicações e me explicar também.
Voltar lá me fez resgatar muito mais do que velhas amizades (a dele, a dela), me fez resgatar um sentimento que ficou entalado. Entalado. Não é que ele tenha ficado em volta, parado na minha pele. Ele entalou. E eu não passei um dia desde que me recuperei sem pensar sobre isto.
Só que agora, eu sinto que ele está diferente. Eu sinto que ele tem medo de me deixar entrar de novo. Ou ele apenas não quer (ele disse que escolheu outro caminho). Posso lidar com isto. Posso lidar com isto?
Ele disse que não sentia que era justo eu ter invadido ele - invadido ele - e causado um caos no que antes era paz. Ter mudado os quadros dele de parede, só porque me incomodava deitar no sofá e sentir que o Hitchcock ia cair na minha cara a qualquer momento.
E disse mais: Como pode ser justo que eu tenha ido embora com uma parte dele? É quase como um furto, ele disse. Em alguns meses. Porém, foram aquelas três semanas que definiram tudo. E depois, o vazio.
E a terceira pessoa envolvida ainda estava lá, comendo pelas beiradas, tentando entrar. Lidando com o quadro do Hitchcock na parede da mesa.
Depois de toda a conversa e lágrimas - dessa vez, só da minha parte - nós transamos. Por que tudo acaba em sexo? E não foi 1/3 do que costumava ser. A esta altura temos intimidade o suficiente pra ter este tipo de diálogo:
- É, não tá rolando né.
- Não como antes.
- Na verdade tá uma bosta.
- Tá uma bosta mesmo. Vai cervejinha?
Agora eu sinto que ele ficou com uma parte de mim. Mas não como um furto, sabe? Eu fui até lá, só pra remexer velhos sentimentos e praticamente coloquei um pedaço de mim sobre a mesa. Debaixo do quadro do Hitchcock.
(Depois de tudo ele ainda teve a bondade de dizer que quer ser a pessoa pra quem eu ligo quando tudo para de fazer sentido).
Uma coisa que aprendi com a terapia é que preciso aceitar que tenho um problema. E preciso cuidar dele, pra me manter em ordem. Parar de fugir, nos amigos, nas festas, nos bares, nos braços, nas camas, nos entorpecentes. Não deu certo antes, não tem como dar agora.
E por que estou escrevendo em "detalhes" sobre algo tão íntimo? Porque é assim que eu sinto que os pontos finais serão fixados. Escrever faz com que isso saia de mim. No mais, já me despi pra ele e não restou nada mais a ser dito.
Ps1: É preciso deixar claro que não estou falando do Raphael - este que ainda é a pessoa pra quem ligo quando tudo para de fazer sentido.
Ps2: O quadro do Hitchcock voltou pra parede do sofá. Isso quer dizer muita coisa.
Ps3: Nos vemos no meu próximo erro amoroso.
Voltar lá me fez resgatar muito mais do que velhas amizades (a dele, a dela), me fez resgatar um sentimento que ficou entalado. Entalado. Não é que ele tenha ficado em volta, parado na minha pele. Ele entalou. E eu não passei um dia desde que me recuperei sem pensar sobre isto.
Só que agora, eu sinto que ele está diferente. Eu sinto que ele tem medo de me deixar entrar de novo. Ou ele apenas não quer (ele disse que escolheu outro caminho). Posso lidar com isto. Posso lidar com isto?
Ele disse que não sentia que era justo eu ter invadido ele - invadido ele - e causado um caos no que antes era paz. Ter mudado os quadros dele de parede, só porque me incomodava deitar no sofá e sentir que o Hitchcock ia cair na minha cara a qualquer momento.
E disse mais: Como pode ser justo que eu tenha ido embora com uma parte dele? É quase como um furto, ele disse. Em alguns meses. Porém, foram aquelas três semanas que definiram tudo. E depois, o vazio.
E a terceira pessoa envolvida ainda estava lá, comendo pelas beiradas, tentando entrar. Lidando com o quadro do Hitchcock na parede da mesa.
Depois de toda a conversa e lágrimas - dessa vez, só da minha parte - nós transamos. Por que tudo acaba em sexo? E não foi 1/3 do que costumava ser. A esta altura temos intimidade o suficiente pra ter este tipo de diálogo:
- É, não tá rolando né.
- Não como antes.
- Na verdade tá uma bosta.
- Tá uma bosta mesmo. Vai cervejinha?
Agora eu sinto que ele ficou com uma parte de mim. Mas não como um furto, sabe? Eu fui até lá, só pra remexer velhos sentimentos e praticamente coloquei um pedaço de mim sobre a mesa. Debaixo do quadro do Hitchcock.
(Depois de tudo ele ainda teve a bondade de dizer que quer ser a pessoa pra quem eu ligo quando tudo para de fazer sentido).
Uma coisa que aprendi com a terapia é que preciso aceitar que tenho um problema. E preciso cuidar dele, pra me manter em ordem. Parar de fugir, nos amigos, nas festas, nos bares, nos braços, nas camas, nos entorpecentes. Não deu certo antes, não tem como dar agora.
E por que estou escrevendo em "detalhes" sobre algo tão íntimo? Porque é assim que eu sinto que os pontos finais serão fixados. Escrever faz com que isso saia de mim. No mais, já me despi pra ele e não restou nada mais a ser dito.
Ps1: É preciso deixar claro que não estou falando do Raphael - este que ainda é a pessoa pra quem ligo quando tudo para de fazer sentido.
Ps2: O quadro do Hitchcock voltou pra parede do sofá. Isso quer dizer muita coisa.
Ps3: Nos vemos no meu próximo erro amoroso.
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