E daí que existem filmes... e existe Frances Ha.
Porque a Frances é aquele tipo de garota que poderia bem ser sua amiga pra vida inteirinha. É aquela garota que tem uma best e sempre diz "Shopie e eu somos a mesma pessoa, com cabelo diferente". E eu me lembrei que também dizia algo do tipo junto com minha comadre "somos almas gêmeas, do mesmo sexo".
E é tão fácil você se enxergar na Frances. Garota beirando os 30, completamente desajustada, tentando viver de uma profissão por qual é apaixonada mas que não dá uma porra de estabilidade e grana. E quem nunca foi a Paris por 2 dias só pra provar pra si mesmo que pode fazer isto? E a única coisa que fez foi sentar num café e só ter dinheiro pra um mísero macarron, e aquele foi o fim de semana mais solitário da sua vida mas ok, agora todo mundo sabe que você foi à Paris.
Como se não bastasse, existe aquele monólogo que um dia, quando - e se - eu for solteira novamente e me perguntarem sobre relacionamento, vou recitar:
"É aquela coisa, quando você está com alguém que você ama e ele sabe disso e ele te ama e você sabe disso. Vocês estão em uma festa e estão conversando com outras pessoas, rindo e reluzindo... e seu olhar atravessa a sala e os dois olhares se encontram, mas não porque vocês são possessivos ou é por atração sexual. Mas porque, aquela é a sua pessoa nesta vida. E é engraçado e triste, mas apenas porque esta vida vai acabar e é neste mundo secreto que existe ali em público, sem ser notado, que ninguém mais conhece. É mais ou menos como nos dizem que existem outras dimensões ao nosso redor mas a gente não tem a capacidade de perceber. É isso... é isso o que eu queria num relacionamento. Ou apenas vida, eu acho."
Frances Ha (direção: Noah Baumbach, 2012), está em cartaz no Centro Cultural São Paulo.
Curta a fã page do Penso. Me siga no Twitter.