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Aquela balada escura

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Eu estava naquela balada.

Lá, onde é bem escuro e tem pessoas esquisitas. Que fumam. E eu tenho uma pequena alergia de cigarro, que faz meus olhos lacrimejarem e respirar com dificuldade. Mas eu nem me importava de verdade.

Eu estava lá, naquela balada escura com atmosfera junkie e eu bebi - ainda não tinha inventado a minha regra de não beber fora de casa - porque eu nunca respeitei os meus limites. Logo a bebida começou a fazer o trabalho ao qual se propõe e eu estava na beira da pista, meio dançando, meio me balançando sem sentido.

Esta é sempre a hora em que você sente emoções que preferiu não mexer durante a semana toda, o mês todo, o ano todo. E eu estava ali, bêbada, naquela balada escura, quase na pista com pessoas baforando fumaça de cigarro na minha cara.

Neste momento veio o golpe baixo do destino. The Smiths. Que incrível final de semana! Você sai pra se divertir, fuma por tabela, fica bêbada, solitária e sofre ao som de Smiths numa balada escura. Que vida é essa?

Só percebi diversos corpos passando pelo meu, porque nenhum ser vivo que gosta de rock e está numa balada escura, deprimente, em uma noite fria de sábado pode ficar indiferente ao som de Smiths.

Fui transportada pra uma outra época, junto com duas dúzias de pessoas naquela pista - máquina - do - tempo. Lágrimas brotavam dos olhos. E nem era por causa do cigarro.


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